É uma pergunta frequente: se é possível optar por uma cesariana quando se tem plano de saúde, por que não é possível pelo SUS?
Vamos esclarecer essa questão. Se você possui plano de saúde, provavelmente não enfrentará dificuldades para agendar uma cesariana. Por outro lado, pelo SUS, a situação pode ser diferente.
No SUS, a cirurgia de cesariana é agendada em casos de INDICAÇÃO e NECESSIDADE, como deve ser. O debate aqui gira em torno dos pedidos de cesárea ELETIVA, quando a paciente deseja realizar a cirurgia, mesmo sem indicação médica.
O SUS não pode simplesmente agendar cirurgias sem indicação. Trata-se de um sistema público de saúde com protocolos de atendimento. Portanto, para receber determinado tratamento, é necessário que haja uma INDICAÇÃO TÉCNICA.
Além disso, a portaria 306/2016, que estabelece as Diretrizes de Atenção à Gestante, não contempla a opção de cesárea a pedido. O foco é a BENEFICÊNCIA em questões de saúde, priorizando o parto normal, que é clinicamente mais benéfico e uma recomendação global (afinal, confiar na OMS é mais sensato do que seguir o conselho da vizinha, certo?).
No entanto, a AUTONOMIA da paciente é um fator importante, e isso abre espaço para um dilema:
AUTONOMIA versus RECOMENDAÇÃO TÉCNICA MÉDICA.
Se você deseja uma cesárea a todo custo, mesmo após considerações médicas, sugerimos o seguinte:
Busque tratamento psicológico ou com um profissional de saúde mental, pois você pode estar enfrentando TOCOFOBIA. Um diagnóstico pode abrir portas para tentar agendar a cesárea com um encaminhamento ou laudo.
Converse com a assistente social da instituição de saúde e pergunte sobre possíveis soluções.
Se necessário, considere ação judicial, embora não possamos garantir sucesso com base nessas orientações.
É importante ressaltar que NÃO é permitido agendar uma cesárea antes das 39 semanas, de acordo com a resolução 2.144/2016 do CFM.
Por fim, antes de tomar uma decisão, informe-se detalhadamente sobre os riscos e benefícios. Pode ser que, após uma análise cuidadosa, você reconsidere sua escolha.
E agora, o que você pensa sobre essa discussão? Como funciona no SUS da sua cidade?